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Uma aventura no Porto
4 octobre 2010

LEITURA DA PERIFERIA III

capa_NPP_1O maior deleite literário que o leitor pode encontrar em Manuel de Freitas é essa espécie de rage para com a vida e a poesia, impondo como sempre a sua rebeldia. Com o seu mais recente livro A Nova Poesia Portuguesa, deparamos com uma dose dupla de rebeldia, ou não fosse a editora: Poesia Incompleta. Trata-se portanto duma nova investida do rebelde livreiro da Poesia Incompleta que, após alguns trabalhos para a Assírio & Alvim e os frequentes shows no bar A Barraca, além dos eternos sarcasmos no seu blog, decidiu lançar-se num projecto editorial. Aliás, o novo livro de Manuel de Freitas é o segundo livro editado pela Poesia Incompleta. Quanto ao pequeno livro de Manuel de Freitas – pequeno pelo número de páginas, remetendo mais para uma plaquette, no qual o conceito de livro se desmorona, pequeno também na difusão, apenas 250 exemplares –, nele se reúnem 17 poemas, todos eles endereçados a grandes figuras do círculo da Averno e outras chancelas como a &Etc que constituem e revestem um semblante de manifesto poético, ou não fosse o título do livro de Manuel de Freitas: A Nova Poesia Portuguesa. Deste feita, o livro encontra-se desprovido de prefácio, ao contrário de Poetas Sem Qualidades em que o poeta se insurgia contra "os ourives de bairro" e "os artesões tardo-mallarmeanos". Porém, a controvérsia continua bem presente apesar de menos acentuada, ao não incluir poetas de outras esferas, tal como o Luís Quintais, o Daniel Faria ou ainda a Rosa Maria Martelo (também ela da Averno). Mas, este livro não é uma antologia, nem tão pouco uma antologia da Nova Poesia Portuguesa, é sim uma recolha de poemas que constituem a marca afectiva e subjectiva dum poeta para outros poetas, como António Manuel Couto Viana que subjaz todos os poemas, ou ainda a figura intrometida e algo anacrónica de Herberto Hélder porque «a um génio tudo se perdoa».

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